Comunicação

20 de November de 2014 | 18:07

20 de novembro: um exemplo de resistência

No dia Nacional da Consciência Negra, é preciso registrar que estamos colocando em prática ações para resgatar e reconstruir nossa história. Após anos de resistência, precisamos compreender a importância do povo negro na construção do nosso país, portanto, o negro tem o direito à igualdade de oportunidades.

Inspirados na luta de Zumbi dos Palmares – líder da luta pela liberdade do povo negro – estamos nas ruas, nas escolas, em todos os lugares reafirmando a luta contra o racismo e demonstrando que não é possível falar em democracia no Brasil sem vencer o obstáculo do Racismo.

Vinte de novembro – Dia Nacional de Zumbi – significa o dia de reafirmar nossa luta, iniciada por nossos ancestrais. Dia de honrar a morte de Zumbi e, sobretudo, reafirmar que racismo é crime. Por isso, todos, sem distinção de idade, gênero e raça, devem estar envolvidos nesse processo. Lembramos, ainda, que a educação é o melhor caminho para a construção de uma nova identidade brasileira que prioriza a dignidade humana. Precisamos colocar em prática a Lei 10.639/03 que determina a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afrobrasileira e africana no ensino. Professores e funcionários de todas as escolas têm por dever lutar para a formação de uma nova consciência do povo brasileiro. É preciso nascer dentro das escolas os aliados no combate ao racismo e às desigualdades. É por meio da educação que iremos fazer as mudanças fundamentais para a construção de uma sociedade plural, livre, democrática e sem racismo.

O dia 20 de novembro reafirma a nossa luta consciente, no sentido de materializar a verdadeira história do povo negro no Brasil e no mundo. Essa nossa resistência é a única saída para de fato podermos dizer que o Brasil é um país plural. Por isso, não abriremos mão de viver com dignidade e direitos. Acreditamos que a educação tem a obrigação histórica de hoje contribuir com o projeto de transformação social. Cada unidade de ensino é um espaço privilegiado para aquisição de conhecimento. A escola deve se tornar, cada vez mais, um instrumento de luta para que todos se transformem em defensores da vida para o enfrentamento do racismo na sociedade. Queremos gente que dê conta de dizer NÃO a todo tipo de preconceito e discriminação.

Esse dia nos faz lembrar que somos mais da metade da população. Assim, temos que estar presentes em todos os lugares, ocupar todos os espaços que deveriam ter a presença da população negra e, ainda não têm. Mas, em nome da resistência dos nossos ancestrais Zumbi, Dandara, Lelia, Abdias, Beatriz, Hilda, Carolina, Mandela, Biko, Amilcar, Tereza, Luis e outros que lutaram contra o racismo, continuaremos na luta e convocamos toda a sociedade para dar um basta no racismo no trabalho e na vida!

 

Iêda Leal
Professora, vice-presidenta do Sintego, conselheira do Conselho Estadual de Educação de Goiás, secretária de Combate ao Racismo da CNTE, coordenadora do Centro de Referência Negra Lélia Gonzales, secretária da Igualdade Racial da CUT/GO




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