Comunicação

26 de July de 2017 | 16:55

25 de julho: Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha

Não basta apenas refletir é necessário lutar, reafirmar e celebrar a resistência das mulheres negras em todo o mundo, sobretudo no Brasil, um país onde as mulheres são maiorias e 54% da população é negra, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.

O dia 25 de julho é lembrado em todo o mundo como Dia da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha, é também Dia de Tereza de Benguela – data instituída através da Lei nº 12.987/2014, como forma de reforçar a busca por igualdade de direitos e marcar a resistência da mulher negra para ter visibilidade na luta contra opressão de gênero, raça e etnia a que são submetidas dia após dia.

A data é também uma homenagem a história de Tereza de Benguela, liderança que esteve à frente do Quilombo Quariterê, no estado de Mato Grosso, um exemplo da luta pela igualdade de direitos e pelo fim da escravidão a que as autoridades submetiam os negros no século XVIII. O esforço e a dedicação de Tereza para fortalecer o Quilombo, tanto em armamento, quanto em força econômica é lembrado até hoje nesta data em que se comemora a representatividade das mulheres negras em todo o Brasil – 25 de julho.

O fortalecimento da luta da mulher negra deve acontecer diariamente, nos locais de trabalho, nas escolas, universidades e no convívio familiar. A partir do momento em que evidenciamos as conquistas e lutas, garantimos que o racismo, sexismo, discriminação, preconceito e variadas formas de opressão sejam reduzidas, pondo fim nas desigualdades. No Brasil, por mais que se conquiste direitos é necessário evidenciá-los, para que a partir daí, possamos legitimar a luta.

A discriminação racial e de gênero a que mulheres negras são submetidas até hoje, é retratada no mapa da violência do governo federal. De acordo com os dados, nos últimos 10 anos a morte de mulheres negras no país cresceu 54,2%, já os homicídios de mulheres brancas caiu 9,8% uma discrepância tamanha que faz o país gritar por justiça.

É necessário que se crie políticas públicas urgentes e que se paute no congresso nacional propostas para acabar com a violência e o racismo contra as mulheres negras em nosso país. O momento de lutar por direitos, promover respeito às diversas identidades de gênero, raça e por cobrar um Brasil igualitário, justo, onde mulheres negras não sejam maioria nos índices de mortalidade e minoria nos direitos adquiridos. O momento é este! Não deixaremos que passe mais um século de impunidades e opressões, para que mulheres como Tereza de Benguela, Dandara dos Palmares e Luiza Mahin, e tantas outras pelo mundo, tenham que morrer por defender que a negritude feminina seja respeitada.

 

Iêda Leal

Secretária de Combate ao Racismo da CNTE

Militante do MNU

Conselheira do Conselho Estadual de Educação - CEE/GO

Coordenadora do Centro de Referência Negra Lélia Gonzales

Tesoureira do Sintego e Vice-presidenta da  CUT - Goiás




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