Comunicação

17 de May de 2019 | 12:44

Ninguém solta a mão de ninguém

Após a apuração das urnas confirmar Jair Bolsonaro como presidente do Brasil, uma imagem viralizou nas redes - duas mãos entrelaçadas com uma flor ao centro com a frase “Ninguém solta a mão de ninguém”. A autora da imagem, a tatuadora mineira Thereza Nardelli, sintetizou o sentimento de solidariedade que brotou entre brasileiros - especialmente por parte da população LGBT, negra, feminina e indígena - diante das incertezas com o futuro do país. 

A jornalista Lourdes Nassif conta que essa frase era dita nos barracos improvisados onde funcionava o Curso de Ciências Sociais da USP, nos Anos de Chumbo. De noite, quando as luzes das salas de aula eram repentinamente apagadas, os estudantes buscavam as mãos uns dos outros e se agarravam ao pilar mais próximo. Depois, quando as luzes acendiam, faziam uma chamada entre eles. Muitas vezes acontecia de um colega não responder, pois já não estava mais lá. 

A frase se tornou um símbolo de força e resistência às declarações e atitudes homofóbicas, racistas, misóginas e cruéis que marcaram a trajetória de Bolsonaro até a presidência. "Na atual conjuntura, segurar a mão de outro é acolher a si próprio; pois nesse desgoverno estamos todos e todas ameaçados! Olhar com carinho e respeito, amar e proteger são essenciais nesse momento, onde há total ausência dos elementos fundamentais da democracia!", destaca o secretário de direitos humanos da CNTE, Christovam de Mendonça Filho. Vamos manter a nossa luta por uma escola pública, laica, democrática, de qualidade e livre de LGBTfobia!

Fonte: CNTE




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