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18 de August de 2016 | 19:20

Sintego participa do Fórum de Direitos Humanos pela Democracia

A direção do Sintego participou do Fórum Social e Parlamentar pela Democracia, realizado na tarde desta quinta-feira, 18/06, no auditório Solon Amaral da Assembléia Legislativa. De acordo com o Secretário Municipal de Direitos Humanos, Pedro Wilson, a audiência em Goiânia trata da violência praticada contra o Movimento dos Sem Terra em Goiás, o caso de genocídio do povo Guarani/Caioá do Mato Grosso do Sul, e o aniversário de 10 anos de criação da Lei Maria da Penha, que trouxe pena para aqueles que praticam violência contra a mulher.

Vice-presidenta do Sintego, da CUT-GO e Secretária de Combate ao Racismo da CNTE, Iêda Leal denunciou a tentativa de criminalização dos movimentos sociais em Goiás e no Brasil, a partir da prisão de dois dirigentes do MST, Valdir Misnerovicz e Luis Batista, detidos por sua luta pela reforma agrária na cidade de Santa Helena. Ela salienta que lutar pelos direitos humanos também é  reforçar as lutas do Sintego e da  CNTE contra as implantação das OSs na rede de ensino do Estado contra o PLC 257 e o PL 241, que retiram recursos da educação e acabam com a carreira do magistério.

 “ Há um golpe em curso no Brasil que cassa eleições livres e o voto de 54 milhões de brasileiros, que pretende retroagir todas as conquistas que tivemos nos últimos treze anos. Temos que lutar contra a criminalização dos movimentos sociais, contra a prisão de dirigentes do MST e contra qualquer tentativa de retirada de direitos dos trabalhadores. Fora Temer”, finalizou, sob aplausos de todo auditório.

Pelo Sintego, também participaram do encontro o  Secretário de Políticas Sociais, Napoleão Batista, o Secretário de Organização do Interior, Omar Roni, a Secretária de Combate ao Racismo, Roseane Ramos, a Tesoureira-Geral, Inguileza Pires a Secretária para Assuntos do Pessoal Administrativo, Sueli Correia e as Diretoras Ana Luíza e Elza Santana. Os dirigentes distribuíram aos palestrantes e a plateia presente as cartilhas do Sintego contra as OSs e o jornal da CNTE: “Educação em risco”, que alerta contra a retirada de verbas para Educação do Orçamento da União e do Pré-sal pelo governo golpista.

Denuncia

O Fórum é uma iniciativa da CDHM - Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal e do Senado e contou com apoio dos deputados estaduais Luis Cesar Bueno, Adriana Accorsi e Humberto Aidar, da bancada do PT na Alego.

Presidente da CDHM, o deputado Padre João afirma que “a  Comissão está servindo como trincheira nesse momento tão delicado que passa nosso País. São muitas pessoas que recorrem à Comissão porque seus direitos estão sendo violados. Vem crescendo essas demandas, sobretudo, em casos de violência contra gays, lésbicas e transexuais. Aumentou muito a violência contra as mulheres e a criminalização dos movimentos sociais”, alerta.

Gilvan Rodrigues, da direção estadual do MST afirma que “Goiás está se tornando um laboratório para criminalização aos movimentos sociais. Aqui foi criada a UDR, em 1986 pelo hoje senador Ronaldo Caiado, e agora prendem-se líderes do MST, que lutavam pela reforma agrária numa terra desapropriada pela União, na Usina Santa Helena, cujos donos devem mais de R$ 1 bilhão de impostos atrasados e tem mais de dois mil processos na Justiça do Trabalho. Se alguém é criminoso são eles”, desabafa.

Lorraine Batista, filha do dirigente do MST, Luis Batista, diz que seu pai é alvo de uma injustiça. “`É crime um pai lutar para ter um pedaço de chão para cuidar de sua família? Meu pai é um herói, que defende a reforma agrária e a terra para produzir alimentos para todos na cidade e no campo. Ele é vítima de uma grande injustiça e nós não vamos nos calar”,frisa.

As audiências são realizadas em todos os Estados. Elas servem como denúncia ao desmonte de políticas públicas e visam mobilizar a sociedade para  deter o retrocesso em direitos conquistados.