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17 de August de 2019 | 08:57

Análise da conjuntura política marca o primeiro dia da Plenária Sindical do SINTEGO 2019

Teve início na noite desta sexta-feira (16), a Plenária Sindical do SINTEGO 2019, que leva o nome do professor Júlio César Barroso de Sousa, morto a tiros no dia 30 de abril, por um estudante da Escola Estadual Céu Azul, em Valparaíso de Goiás. Júlio César foi assassinado durante seu horário de trabalho, dentro da unidade escolar. A tragédia sensibilizou a todos/as, por apresentar um caso de violência extrema no ambiente escolar, além de interromper precocemente a vida de um professor que dedicou a sua vida pela Educação.

A Plenária ocorre na Câmara Municipal de Goiânia e segue também por todo o sábado (17), quando serão discutidas questões internas do sindicato, como as prestações de conta, plano de lutas, calendário de atividades entre outras pautas.

O convidado para a análise de conjuntura política, professor, ex-deputado federal e ex-presidente da CNTE, professor Carlos Augusto Abicalil, criticou a militarização das escolas, a falta de alegria e criatividade que ela pode gerar, além da não resolução dos problemas com a rigidez disciplinar nos uniformes e cortes de cabelo, citando emocionado e embargado a história do professor Júlio César.

Abicalil se manifestou veementemente contrário a eleição e governo do presidente Jair Bolsonaro, e todos os temas polêmicos que o envolvem, que vão desde a ideologia de gênero, a liberdade econômica e a confusão entre fé e política.

"O projeto que está sendo gestado por esse governo acaba com a solidariedade social e nos leva de volta a uma proposta desenvolvida no séc XX, que se trata apenas de conquistas individuais, para pessoas iguais, de mesma cor, mesma conta bancária, mesma órbita política, e que convergem para liquidar forças inimigas", disse o professor Abicalil.  

Ainda de acordo ele, estamos vivendo um momento de criminalização da política e demonização das univerdades, em que elas são apresentadas de forma rasa, apenas como balbúrdia, sexo e maconha, desconsiderando o pensamento crítico, estudos e pesquisas, e o desmonte do ensino superior público de qualidade. 

Carlos Abicalil levou os quase 400 participantes do evento a refletirem a situação atual do país nesse momento de desânimo, a importância do movimento sindical e sua resistência nesse enfrentamento e, também, a necessidade de se discutir os sinais de fascismo que são percebidos sem muita dificuldade no Governo Federal do Brasil. 

O SINTEGO, mais uma vez, agradece a presença do professor Abicalil e, espera tê-lo em outras atividades. Reforçamos ainda que não nos retiraremos da luta jamais, bem como não aceitaremos nenhum direito a menos diante tantos anos de militância, numa história tão cheia de vitórias para a classe trabalhadora  !

#SINTEGONALUTA