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27 de July de 2015 | 11:13

“Não aceitamos nada menos que o direito de igualdade para todos”

Terminou na tarde deste domingo, o maior congresso de educadores sindicalistas do mundo. O 7º Congresso Mundial da Internacional da Educação (IE), realizado em Ottawa, capital do Canadá, reuniu de 21 a 26 de julho, cerca de 1700 pessoas de 170 países, para aprovar uma agenda comum de estratégias para garantir uma educação pública de qualidade e a valorização dos trabalhadores em educação.

O congresso também elegeu os membros para a gestão 2015-2019. O presidente a CNTE, Roberto Leão, foi eleito vice-presidente Mundial da IE pela América Latina. Ele substitui Juçara Viera, ex-presidente da CNTE, que há oito anos representava a CNTE na IE.

A mercantilização da educação esteve no centro dos debates. Além de um painel específico para analisar o tema, várias resoluções foram aprovadas no sentido evitar o avanço da privatização na educação. Susan Hopgood, presidente da IE, disse na sua saudação final “Saímos mais fortes e unidos para lutar contra a escória das empresas privadas nas salas de aula, que quer acabar com a igualdade e a inclusão. Nosso caminho está só começando, mas agora temos elementos muito mais claros para cobrar os governos e reafirmamos nossos compromissos como sindicatos. Não aceitamos nada menos que o direito de igualdade para todos”, enfatizou.

Para Juçara Vieira, o Congresso foi importante para avaliar percurso da IE e aperfeiçoar os mecanismos de gestão e estatutários, não só em função do ingresso de novas entidades - atualmente a IE conta com 392 afiliadas - mas também para dar conta das várias frentes de trabalho, entre elas a igualdade de gênero, erradicação do trabalho infantil e direitos LGBT. “Tiramos resoluções de conteúdo contra mercantilização e privatização; e educação e valores. Nos preparamos internamente para esses desafios”, assegurou.

Fátima Silva, vice-presidente da Internacional da Educação na América Latina, apontou uma conquista defendida pela CNTE. O uso em todos os documentos, do termo “trabalhadores em educação” para referenciar os professores e profissionais de apoio escolar. ”Este é um debate que inserimos na IE. Na resolução contra as privatizações, foi incluído um parágrafo que trata da proteção dos professores e funcionários da educação, os primeiros a serem prejudicados com as terceirizações”.

Bebel Noronha, presidente da APEOESP/SP comemorou a manutenção da CNTE na vice-presidência Mundial da IE, “ o trabalho da companheira Juçara deve ser considerado como um importante componente na construção deste processo. O companheiro Leão possui todas as condições de levar adiante esta tarefa, com o compromisso de ampliar as discussões e implementar as resoluções deste congresso, bem como a partir delas, elaborar frentes de luta para a garantia da educação de qualidade para todos”.