Comunicação

19 de November de 2012 | 09:20

Golpes contra a Educação

É trágico, mas não surpreendem os atos políticos, em geral protagonizados pelo PSDB e DEM, mas, infelizmente, também pelo PT, quando o assunto é educação. A contradição é flagrante. Primeiro, uma Ação de Inconstitucionalidade (ADI 4848), na qual seis governadores – entre eles estava o de Goiás, Marconi Perillo – tentam pôr fim ao reajuste do Piso do Magistério, Lei nº 11 .738/2008 e anular a possibilidade de valorização dos professores.

Felizmente, após reunir-se com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Goiás (Sintego), a Central Única dos Trabalhadores no Estado de Goiás (CUT-GO) e a Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (Fetems), Marconi voltou atrás e se comprometeu a retirar Goiás desta famigerada lista, seguindo o exemplo de seu colega do Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), que também modificou seu posicionamento depois de um diálogo com a Fetems e a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).

Quanto aos prefeitos, metade deles não cumpre a Lei do Piso, sem que o Ministério da Educação (MEC) faça qualquer gesto punitivo a estas administrações. Poderia não repassar recursos adicionais para os espertinhos que lesam os professores municipais. Se tivesse alguma retaliação aos gestores que não pagam o piso, com certeza muitas greves seriam evitadas e esta profissão seria mais atrativa, ao ser valorizada no discurso e na prática.

Os parlamentares no Congresso Nacional discursam muito em defesa da educação (inclusive os de Goiás), mas quando têm a oportunidade de fazer efetivamente algo, não agem. A exemplo da votação do dia 6. Não aprovaram o projeto de lei substitutivo do deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP), destinando 100% dos royalties dos poços de petróleo do Pré-Sal que serão licitados a partir de 2013 para a educação.

Na votação, o plenário da Câmara aprovou, por 286 votos a 124, a redistribuição dos royalties entre Estados e municípios produtores e não produtores de petróleo. Mas ainda temos esperança que essa matéria volte a ser apreciada no Congresso.

Por todas estas posições negativas dos políticos (ainda bem que não são todos) fica mais latente um sentimento de descrença e apatia, motivo de muita gente não ter votado nestas eleições, não ter ânimo e esperança para decidir democraticamente quem escolher para representá-la, no Parlamento ou no Executivo.

 

Bia de Lima
Tesoureira do Sintego e presidenta da CUT/GO




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