Comunicação

10 de March de 2014 | 08:07

Por mais mulheres nas esferas de poder e de decisões

“Sexo frágil, não foge à luta”, cantou Rita Lee. Mulher. Roqueira. Transgressora. Cantou em 1982, época em que a luta emancipatória da mulher ainda engatinhava no Brasil. 125 anos após a morte de 130 operárias durante repressão a uma greve por melhores salários e redução da jornada de trabalho, em Nova Iorque. Mais de uma década depois do movimento contra a exploração comercial da beleza feminina, durante concurso para escolher a Miss América, em Atlanta.  Manifestação que ficou mundialmente conhecida como a queima do sutiã. 50 anos depois da instituição do voto feminino no nosso país. Cantou e gritou “nem só de cama vive a mulher”. Ressignificou o sentido do rosa. Chocou o país. E Rita Lee estava certa. Vivemos de muito mais. De política, por exemplo.

Março de 2014. 34 anos após o Cor de Rosa Choque de Rita, o Brasil avançou muito e com ele a luta da mulher pela conquista dos espaços de poder. A eleição de Dilma Rousseff, ex-guerrilheira e ex-presa política, é a coroação máxima desta conquista e abriu ainda mais o caminho para a inserção de mulheres na política. Segundo registros do Tribunal Superior Eleitoral, 64% do número de filiações em algum partido político, entre outubro de 2012 e outubro de 2013, foram feitas por mulheres. 88.545 novas mulheres engajadas partidariamente.

Neste ano de 2014, ano eleitoral, também comemoramos 82 anos da conquista do voto e somos 51% da população apta a votar. Infelizmente, porém, as estatísticas altas não refletem no número de mulheres ocupando cadeiras nos parlamentos. O Brasil está somente na 156º colocação quanto à representatividade feminina no Poder Legislativo (Senado Federal, Câmara Federal, Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais), segundo levantamento feito em 188 países pela União Interparlamentar, organização que reúne informações sobre Parlamentos de todo o mundo.

Esta triste posição nos mostra de forma crua que precisamos avançar mais na ocupação desses espaços de poder e de decisões que alteram, mudam e transformam a vida de todos nós. Assumir de vez a condução de políticas públicas que nos levem à construção da sociedade que queremos: mais igualitária, plural e justa.




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