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20 de October de 2016 | 18:13

Sintego denúncia irregularidades no edital das OSs e MP aciona a Seduce e Estado

Em 11 de janeiro, a coordenação do Fundeb respondeu a um ofício do Sintego, ressalvando que os recursos do fundo devem ser aplicados em ações consideradas como manutenção e desenvolvimento do ensino, sendo que pelo menos 60% da totalidade destinam-se à remuneração de professores em efetivo exercício.

Já no dia 22 de janeiro, um ofício do Ministério da Educação foi ainda mais detalhado informando a impossibilidade de os recursos transferidos a contas desses programas serem geridos por OS que viessem a realizar gestão das unidades escolares, sendo que essa impossibilidade está amparada nos normativos legais de diversos programas, não permitindo, portanto, a descentralização dos recursos. No dia 26 daquele mês, o MP de Contas protocolou uma representação no Conselho do TCE, pendente de análise.

Atuação conjunta 
Uma recomendação conjunta foi expedida no dia 16 de fevereiro deste ano pelo Ministério Público de Goiás, o Ministério Público Federal e o Ministério Público de Contas, após análise do Edital n° 1/2016, considerando a falta do princípio da gestão democrática do ensino, a possibilidade do uso indevido de recursos do Fundeb, o prazo excessivo dos contratos de gestão a serem firmados (12 anos no total), os valores por alunos díspares no edital, a ausência do devido credenciamento e idoneidade das OS até então selecionadas, orientando seu adiamento até o atendimento às adequações (Saiba mais). Sem ter a recomendação acatada, foi proposta pelas 57ª Promotoria de Justiça de Goiânia e 13ª Promotoria de Anápolis e o MP de Contas uma ação civil pública para a suspensão do edital (Saiba mais). Na época, a Seduce afirmou que as entidades não contemplaram a proposta e o primeiro chamamento foi declarado fracassado, tendo o MP desistido do processo.

Ocorre, entretanto, que um novo edital começou a ser elaborado no final de março último, com as mesmas diretrizes do anterior, com algumas alterações. No dia 19 de agosto, foi lançado o Chamamento Público n° 3/2016, com objeto idêntico ao já questionado pelo MP o que agora novamente está sendo feito.

Conforme esclarece Carla Brant, quatro OSs se classificaram para a próxima etapa do chamamento que vai decidir quem vai assumir as 23 escolas de Anápolis, sendo elas a Associação Grupo Tático de Resgate (GTR), Instituto Brasileiro de Cultura, Educação, Desporto e Saúde (Ibraceds) e Instituto de Educação, Cultura e Meio Ambiente (ECMA) e Instituto de Educação e Cidadania (IEC). No final, foi escolhida a GTR.

Conforme apurado pelo MP, essa entidade foi qualificada pelo Decreto n° 8.556/2016, ou seja, tem apenas seis meses de existência como OS, não havendo qualquer registro no site de que a empresa tenha experiência nessa área.

Para o MP, as demais organizações classificadas também não possuem os requisitos, em especial quanto à notória capacidade profissional e idoneidade moral de seus dirigentes, que, em muitos casos, figuram como réus em ações penais por corrupção, peculato, desvio de verbas públicas e associação criminosa.

(Cristiani Honório / Assessoria de Comunicação Social do MP-GO)