Comunicação

06 de February de 2017 | 15:00

Precarizar e privatizar

O Governo de Goiás anunciou o fechamento de todas as subsecretarias estaduais. Com isso fica comprometido o acompanhamento pedagógico, a fiscalização, a gerência e estrutura administrativa e os serviços prestados às escolas.

Para o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego) trata-se de medida impensada e arbitrária. Inicialmente o governo estadual anunciou o fechamento de 25 das 40 subsecretarias. Depois decidiu fechar todas, desestruturando radicalmente a Educação.

Como a Secretaria de Educação, Cultura e Esporte (Seduce) não possui um Projeto Político Pedagógico para a Educação de Goiás, o fechamento destas subsecretarias é apenas o reflexo da forma hostil como a educação vem sendo tratada pelo Estado.

É notório que o Estado não possui um planejamento para suprir a carência que as 40 subsecretarias fechadas deixarão. O discurso de que por meio de recursos como vídeo conferência, software e canais de comunicação - que ainda não foram implantados e olha que estamos em pleno início do ano letivo -, tudo será resolvido, não convence.

O governo justifica esta medida nefasta como forma de fazer economia para a gestão pública. A que custo para a qualidade da Educação? Ao anunciar o fechamento de todas as subsecretarias o governador Marconi Perillo cria um caos na gestão das escolas para depois vender a ideia de que a terceirização é a solução para o problema.  

O Estado vende o discurso de que a privatização é o caminho para modernizar e melhorar o ensino público em Goiás, no entanto, este modelo que foi implantado na saúde do Estado, provocou a diminuição do atendimento e o encarecimento dos recursos destinados à área e os trabalhadores terceirizados estão sem receber seus salários.   

O desmonte na Educação Pública trará consequências graves: na gestão, no controle dos recursos e para a qualidade do ensino. Que o digam as crianças da educação inclusiva. Isso a Seduce não divulga, mas o número de professores de apoio está sendo reduzido à metade, prejudicando os alunos com necessidades especiais. As figuras do vice-diretor e gerentes de merenda também vão ficar no passado, já que estas gratificações foram cortadas com a extinção das subsecretarias. E o que dizer da redução da carga horária dos professores. Uma economia muito cara, essa do governador Marconi. Até onde este governo vai no desmonte do setor público?

 

Bia de Lima é pedagoga e presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego)




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